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segunda-feira, 30 de maio de 2016

UM DIA COM ARTE - EXPERIÊNCIA ESTÉTICA



Mais de 140 pessoas (três autocarros). Tod@s @s alun@s de 10.º ano dos CCH e do 1.º ano dos Cursos Profissionais, foram à Gulbenkian, no dia 19 de maio de 2016, acompanhad@s por professores/as de várias áreas. Um dia com Arte - a experiência estética fora da escola, numa sala de aula diferente. Um dia a não esquecer. O.V.I. - Olhar, Ver e Interpretar. Só faltou a música. O filme não tem música intencionalmente. O silêncio é o desafio, ou cada um pode ver o filme com o som que escolher. Esta foi uma boa prática. Obrigada a tod@s @s que tornaram este dia possível. Obrigada à Gulbenkian, que ofereceu as entradas, no Museu e no Centro de Arte Moderna. Obrigada Fátima. Obrigada aos/às alunos/as, pelo interesse, alegria e comportamento exemplar.







Texto e fotos de Paula Silva

CAFÉ CIÊNCIA - Pavilhão B - Bar dos alunos (alteração do local)



NA ERA DA INFORMAÇÃO

Na era da informação, a oferta de trabalho de profissões baseadas exclusivamente em competências manuais está em declínio. Daí que novas aprendizagens baseadas na manipulação e na gestão da informação de bases de dados digitais se afigure indispensável na abordagem dos objectivos escolares das novas gerações.

Nesse novo domínio em que projectam as preocupações dos educadores, a Internet tem um papel importante a desempenhar. Duvidamos, todavia, que essa importância advenha da simples disponibilização e democratização nas escolas do acesso a esse serviço.

Pode o simples manejo de uma nova máquina, ou de um novo serviço, contribuir para o desenvolvimento pessoal e intelectual? Se não, porque se insiste em simplesmente dotar as escolas com alguns meios informáticos, com serviços de acesso às redes digitais limitados, ignorando que o importante não é mais a "actualização contínua" das máquinas, mas sim a "formação permanente" de todos os agentes implicados no acto educativo.
Sabemos que a escola de massas dificulta a inclusão digital de todos os discentes, já que promove um novo tipo de estratificação escolar que divide os que têm computadores, tablets, smartphones e os que não os têm; os que têm Net em qualquer lugar e os que a não têm (…).

Todavia, essa mesma escola de massas pode favorecer para o atenuar da exclusão digital a que muitos alunos estariam votados se souber democratizar ao acesso e a manipulação destes novos instrumentos educativos, organizando-se em torno de objectivos claros, de equipamentos acessíveis e de um corpo docente motivado, informado e formado no uso das novas tecnologias da comunicação e da informação.

Importaria, porém, que esta promessa integradora não seguisse os passos da televisão quando, há umas décadas, prometia aos pais e educadores ser "uma janela diferenciada para um mundo melhor" oferecendo ao público uma programação voltada para a educação, quando sabemos que hoje a generalidade dos canais de TV são responsáveis por uma respeitável percentagem de iliteracia e de abstenção da participação cívica dos seus espectadores.

Sabemos, igualmente, que as novas tecnologias da comunicação e da informação podem introduzir mudanças significativas na tradicional separação de poderes dentro escola: quer na relação vertical do poder professor - aluno, quer, ainda, no poder baseado na descriminação do acesso aos saberes, através da democratização, ou não, do acesso a esses saberes, bem como aos tempos e às formas da sua aquisição.

Vivemos uma época social caracterizada por um sistema complexo-adaptativo. Assim sendo, caos, auto-organização e adaptabilidade são algumas palavras-chave para descrever este processo aparentemente contraditório que envolve a escola, os educadores e os educandos. Porém, a inclusão digital é imperativa para todos os cidadãos, se quisermos aceitar o desafio de assegurar que Portugal seja reconhecido como uma referência pela qualidade das suas instituições de educação e de formação, garantindo que homens e mulheres de todas as idades tenham acesso à aprendizagem e actualização ao longo da vida.
Conviria, então, saber a quota-parte de responsabilidade de cada um de nós para que todos estes objectivos deixem de ser apenas encarados como ambiciosos, transformando-se, progressivamente em metas realistas.

João Ruivo 
ruivo@rvj.pt

Com o apoio do Ensino Magazine

sexta-feira, 27 de maio de 2016

NA CIDADE O CÉU MUDA DE COR


Momentos históricos e a história dos momentos

João Carrega
Marcelo Rebelo de Sousa disse, este mês, no âmbito dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais democráticas realizadas em Portugal, que poder ter numa mesma iniciativa o primeiro Presidente da República, pós 25 de abril, (Ramalho Eanes) e o atual, promovendo um saudável debate com os alunos do ensino básico e secundário é "um momento único e histórico".

A sessão decorreu na terra (Castelo Branco) em que o primeiro Chefe de Estado eleito democraticamente cresceu (ele que é natural da vila de Alcains). E Marcelo Rebelo de Sousa não poderia ter mais razão. São poucos os países que se podem dar a esse luxo. E mais: são poucas as repúblicas que permitem aos jovens alunos debaterem, olhos nos olhos, com os protagonistas que fizeram um dos maiores acontecimentos desta nação, questões que os afetam, como a educação, a emigração, a democracia.

O momento, histórico, permitiu que Ramalho Eanes, com uma objetividade enorme, desse uma aula de cidadania, de humildade, mas acima de tudo de muito querer. Disse, alto e bom som, que não admitia um ensino secundário sem qualidade. Defendeu também os professores, que devem ser mais respeitados. Lembrou que em matéria de ensino público ou privado, o Estado, sendo ele pagante, deve ser regulador, garantindo qualidade e igualdade. Ramalho Eanes entende que a democracia deve continuar a ser valorizada e estimulada.

Um estimulo que pode ser feito de várias formas. De participação cívica, de não entregar apenas a política aos políticos, da promoção de um ensino de qualidade, aberto a todos, com igualdade de oportunidades. Isto também faz parte da democracia. E é nesta cultura que Portugal conquista, pela primeira vez, uma medalha de ouro na Olimpíada da Ciência da União Europeia, com uma equipa composta pelos alunos Guilherme Vilela Alves e Raúl Pombo Monteiro, ambos do Agrupamento Escolas Nuno Álvares, em Castelo Branco, e Luís Miguel Costa e Silva, da Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, numa competição que juntou estudantes de 23 países europeus.

Esta conquista foi outro momento histórico. E a história do momento é que os jovens alunos tiveram que trabalhar muito, abdicar de fins-de-semana, para se prepararem em Lisboa, e de muitas horas de lazer semanais em troca de outras tantas de trabalho, que os fins-de-semana não eram suficientes. Chegados à Olimpíada conquistaram o ouro, demonstrando que Portugal é competente. Que mesmo o Portugal do interior do país, muitas vezes olhado nas grandes cidades como um Portugal menor, sabe ser conquistador. Mas a história, deste momento, diz-nos também que a escola, sobretudo a pública - que é frequentada pelos medalhados portugueses - soube cumprir o seu papel com qualidade. E isso deixa-nos também mais tranquilos. Afinal o desenvolvimento de um país faz-se com gente qualificada. Bem qualificada. E Portugal, os portugueses, devem partilhar a ideia de Ramalho Eanes, na persecução de um ensino de qualidade, que certamente contribuirá para muitos momentos históricos…

João Carrega é Diretor do Ensino Magazine
carrega@rvj.pt

quinta-feira, 5 de maio de 2016

JOGO DO AMBIENTE na escola básica das Lopas e na N.º 2 de Mira Sintra


No final do segundo e no início do terceiro período, no âmbito do Projeto Eco-escolas, alunos da turma 12º1 da Escola Secundária Matias Aires dinamizaram o Jogo do Ambiente na Escola Básica de Lopas e na Escola Básica Nº2 de Mira Sintra, com bastante empenho e entusiamo. Também foi visível o entusiasmo dos alunos do 4ºano envolvidos nesta eco-atividade!


"Um projeto construído de raiz há 4 anos para sensibilizar as novas gerações na preservação de um Mundo que é de todos. Foi um prazer realizar esta atividade ao longo destes anos " - Rita Rebelo e Filipa Rebelo do 12º1.


Reportagem dos colegas Arminda Costa e Jaime Milton.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

A ARTE DE FAZER DIFERENTE


Estamos quase no final de mais um ano letivo. Da nossa parte falta apenas divulgar uma boa prática que tomámos a iniciativa de criar e que, a seu tempo (junho) divulgaremos. Antes da despedida mais um excelente texto (em baixo) do professor João Ruivo, do Ensino Magazine: O amanhã pode ser hoje.

Há uma grande identidade entre quem, ao longo dos meses, dinamizou este espaço e o referido texto. Leiam e...

O AMANHÃ PODE SER HOJE

Num curioso texto escrito em 1939, e dado à estampa por Harol Benjamin no já ido ano de 1977, relata-se a história de uma tribo pré-histórica que decidiu introduzir a educação sistemática para as suas crianças. O currículo fora elaborado especificamente para ir ao encontro de necessidades particulares de sobrevivência no meio local e, por isso, incluía matérias como "Afugentar o Tigre de Dentes de Sabre com o Fogo".

Porém, o clima da região mudou e os tigres de dentes de sabre morreram. Em sua substituição surgiram "Grandes Ursos Ferozes" que não tinham medo do fogo e não se deixavam caçar ou afugentar com a velha técnica aprendida na escola: a técnica de "Afugentar o Tigre de Dentes de Sabre com o Fogo".


A comunidade estava agora numa situação muito difícil. Não havia carne para a alimentação nem qualquer segurança contra a morte que se passeava pelos caminhos de dia e de noite. Tinham de fazer, imediatamente, uma adaptação a esta preocupante situação se não quisessem caminhar para a sua própria extinção. Felizmente na tribo ainda havia homens de cepa...


A partir daí, um deles, com o estômago colado às costas, quedou-se pensativamente junto ao fogo no intuito de inventar novas destrezas que pudessem ser divulgadas a partir da escola.


Todavia, sem perceber muito bem porquê, as tentativas de mudar o currículo, por parte desse membro mais "esclarecido" da tribo, por forma a adaptá-lo às novas necessidades de sobrevivência, encontravam firme resistência por parte do conselho dos mais velhos e, supostamente, mais sábios, que defendiam a "intemporalidade da educação e dos conteúdos curriculares" ministrados pela escola.


E por mais que esse membro inovador da tribo, enquanto os outros se atafulhavam de comida e dormiam, ganhasse o hábito de se levantar mais cedo e de pensar junto do fogo, de pouco lhe valia esse esforço que o levava a tentar mudar as mentalidades e o currículo, para que a tribo voltasse aos bons e velhos tempos da abundância.


Mesmo assim, pouco a pouco, foi elaborando um novo currículo, adaptado às novas circunstâncias. Só que, a partir desse instante, a partir da descoberta desse progresso, a partir do momento em que iniciou a sua divulgação tornou--se, face aos olhos dos mais conservadores... num homem muito perigoso!
Metáfora preciosa, o texto de Harold Benjamin obriga-nos a relançar a reflexão sobre os obstáculos que se deparam e a que estão sujeitos todos aqueles que tentem enveredar pelos caminhos da inovação e da renovação, que outros não são, aliás, os que todos deveríamos tentar percorrer no decurso da nossa vida profissional.


E, ao salientar o papel das "minorias" na renovação dos processos e dos procedimentos educativos, e o modo como as "maiorias" suspeitam das suas propostas e inibem as suas práticas é, em nosso entender, um modo relevante de relançar o debate sobre o eterno renascer do novo e a necessidade da permanente adaptação e da mudança.

João Ruivo - Ensino Magazine